domingo, 30 de agosto de 2009

War is a drug

Cada guerra tem sua safra de filmes, e a guerra que vigora no oriente médio não é diferente. Vários filmes e até séries da TV a cabo já foram feitos. Das séries, assisti "Over There", e me pareceu uma série bem-feita. Dos filmes, vi um só, "Stop Loss", que também me pareceu bom. Digo "pareceu" porque tendo um contato relativamente próximo com o que acontece lá, ao menos da perspectiva de um soldado (meu cunhado é soldado - ou melhor, sargento! - do exército dos EUA), gostando de assuntos de guerra e tendo lido blogs informativos e excelentemente escritos como o www.armyofdude.blogspot com (o texto é muito bom), tive acesso a algumas perspectivas que...er, põem os filmes em perspectiva.

Como qualquer filme. Seja como for,me peguei a pensar na resehna escrita sobre o filme "Hurt Locker" e a frase que acompanha o título, "war is a drug".

A explicação fala por si só. Os pessoas ficaram expostas a situações de vida-ou-morte que embora durassem 10 minutos pareciam durar 10 anos, ouvindo balas zunir a centímetros de capacetes que deveriam garantir suas vidas, embora nenhum deles quisesse testar (ou qualquer outro clichê escrito a respeito de qualquer outro soldado em qualquer outra guerra). Obviamente sabem mais a respeito do que aparece no filme do qualquer um que não tenha estado lá.

E depois que voltam daquela "situaçã", ficam sentindo falta daquilo a que seus corpos e mentes estavam acostumados: a adrenalina de correr risco de morte, o coração " a milhão" em meio a um tiroteio, a visão de túnel naquele momento decisivo, focalizada em um único e palpitante ponto a uns 200m de distância.

Depois de voltar "ao mundo", como se acostumam com a ausência de tal mister diário? Tão diário quanto levantar da cama, tomar banho e bater o ponto em um emprego qualquer? Parece ser o mote do tal "Hurt Locker", e lança uma interessante questão: o cara doidão de guerra depende de decisões de estado pra conseguir o seu "fix". Qualquer fumador de pedra arruma uma pedra na esquina, a acaba morto quando a dívida cresce demais.